Onde falta metro/ferrovia na Área Metropolitana de Lisboa? (Parte 5 - Conclusão)

Próximos passos

Há muito para onde ir após esta análise. Em primeiro lugar, há outras zonas da AML cujas análises ainda não publiquei, mas que estão em curso, incluindo:

  • Lisboa Oeste
  • Oeiras
  • Almada
  • Montijo
  • Seixal

A análise pode ser também estendida a outras partes do país, nomeadamente a Área Metropolitana do Porto, ou Coimbra, que tem recentemente debatido o encerramento da sua estação ferroviária mais central.

Seria igualmente importante analisar o desempenho de outras partes do sistema de mobilidade da AML, em particular o desempenho dos autocarros. Ao contrário dos sistemas ferroviários aqui analisados, os autocarros são geralmente vulneráveis ao trânsito. Mesmo que existam carreiras de autocarro a servir certas zonas, isso não significa que esse serviço tenha a frequência, pontualidade e rapidez necessárias para ser competitivo com o uso do automóvel privado.

Detalhes técnicos

Seria possível escolher à mão os bairros um a um para incluir nestas zonas, o que permitiria delimitar zonas mais densas ou com maior percentagem de população longe de estações. Optei ainda assim por usar freguesias porque:

  • É mais simples de explicar qual a área sob análise.
  • Permite mais facilmente a quem lê saber quais os órgãos políticos que governam essa área (as Juntas de Freguesia e Câmaras Municipais.correspondentes)
  • É menos arbitrário.

Seria também possível corrigir, para as freguesias que incluem “bairros” sobre o rio Tejo, os valores da área respectiva. Optei por não o fazer pelas seguintes razões:

  • Alguns bairros incluem grandes áreas sobre o rio mas também algumas áreas terrestres, e não é possível separar uma da outra nos dados dos Censos.
  • O mesmo raciocínio justificaria outras correcções, como por exemplo retirar a zona do aeroporto de Lisboa da freguesia dos Olivais. Se fôssemos por aí, haveria um grande número de correcções algo arbitrárias a fazer.

Os dados provisórios dos Censos 2021 foram obtidos através do site do INE.

Os tempos de deslocação a pé foram calculados usando o Open Route Service, que se baseia no Open Street Map. O Open Route Service permite pedir direcções no seu site, mas rapidamente chegamos ao limite diário quando tentamos o número de caminhos necessários para esta análise. Assim, optei por colocar a correr no meu computador uma cópia do Open Route Service que eles próprios disponibilizam no seu Github. Isto permite-me calcular tantos caminhos a pé quanto eu queira, limitado apenas pelo poder computacional do meu computador.

O Open Street Map também foi usado para determinar a posição de cada estação ferroviária. Seria possível usar alternativas como o Google Maps, e a sua API de direcções, mas preferi optar por dados e programas abertos que qualquer pessoa pode consultar e até corrigir. Além disso, a API do Google Maps é paga.

O tratamento de dados foi feito utilizando um computador pessoal e software Python. A maioria dos cálculos numéricos foram feitos com geopandas e os mapas foram feitos usando Kepler.gl, um software aberto de visualização de dados geográficos feito pela Uber.

O blogue é criado usando Github Pages e Jekyll. O design gráfico é adaptado da excelente configuração Millenial feita por Paul Le.