Onde falta metro/ferrovia na Área Metropolitana de Lisboa? (Parte 5 - Conclusão)
Written on May 25th, 2022 by Miguel Almeida
Próximos passos
Há muito para onde ir após esta análise. Em primeiro lugar, há outras zonas da AML cujas análises ainda não publiquei, mas que estão em curso, incluindo:
- Lisboa Oeste
- Oeiras
- Almada
- Montijo
- Seixal
A análise pode ser também estendida a outras partes do país, nomeadamente a Área Metropolitana do Porto, ou Coimbra, que tem recentemente debatido o encerramento da sua estação ferroviária mais central.
Seria igualmente importante analisar o desempenho de outras partes do sistema de mobilidade da AML, em particular o desempenho dos autocarros. Ao contrário dos sistemas ferroviários aqui analisados, os autocarros são geralmente vulneráveis ao trânsito. Mesmo que existam carreiras de autocarro a servir certas zonas, isso não significa que esse serviço tenha a frequência, pontualidade e rapidez necessárias para ser competitivo com o uso do automóvel privado.
Detalhes técnicos
Seria possível escolher à mão os bairros um a um para incluir nestas zonas, o que permitiria delimitar zonas mais densas ou com maior percentagem de população longe de estações. Optei ainda assim por usar freguesias porque:
- É mais simples de explicar qual a área sob análise.
- Permite mais facilmente a quem lê saber quais os órgãos políticos que governam essa área (as Juntas de Freguesia e Câmaras Municipais.correspondentes)
- É menos arbitrário.
Seria também possível corrigir, para as freguesias que incluem “bairros” sobre o rio Tejo, os valores da área respectiva. Optei por não o fazer pelas seguintes razões:
- Alguns bairros incluem grandes áreas sobre o rio mas também algumas áreas terrestres, e não é possível separar uma da outra nos dados dos Censos.
- O mesmo raciocínio justificaria outras correcções, como por exemplo retirar a zona do aeroporto de Lisboa da freguesia dos Olivais. Se fôssemos por aí, haveria um grande número de correcções algo arbitrárias a fazer.
Os dados provisórios dos Censos 2021 foram obtidos através do site do INE.
Os tempos de deslocação a pé foram calculados usando o Open Route Service, que se baseia no Open Street Map. O Open Route Service permite pedir direcções no seu site, mas rapidamente chegamos ao limite diário quando tentamos o número de caminhos necessários para esta análise. Assim, optei por colocar a correr no meu computador uma cópia do Open Route Service que eles próprios disponibilizam no seu Github. Isto permite-me calcular tantos caminhos a pé quanto eu queira, limitado apenas pelo poder computacional do meu computador.
O Open Street Map também foi usado para determinar a posição de cada estação ferroviária. Seria possível usar alternativas como o Google Maps, e a sua API de direcções, mas preferi optar por dados e programas abertos que qualquer pessoa pode consultar e até corrigir. Além disso, a API do Google Maps é paga.
O tratamento de dados foi feito utilizando um computador pessoal e software Python. A maioria dos cálculos numéricos foram feitos com geopandas e os mapas foram feitos usando Kepler.gl, um software aberto de visualização de dados geográficos feito pela Uber.
O blogue é criado usando Github Pages e Jekyll. O design gráfico é adaptado da excelente configuração Millenial feita por Paul Le.